Elementos para a Didáctica da Filosofia



Realizou-se neste Centro, de 6 de Outubro a 15 de Dezembro de 2009, o Curso de Formação em epígrafe, dedicado às tradicionais e novas didácticas da filosofia. O ponto de partida e referência permanente foram os actuais programas do ensino secundário. Recordando que o problema da ensinabilidade da filosofia reporta aos Sofistas e a Platão, e que Kant e Hegel figuram ainda hoje como marcos paradigmáticos de respostas diferentes, perspectivou-se compreender o ensino/aprendizagem da filosofia a dois níveis: 1. reflexão e investigação; 2. planeamento e programação. Os respectivos conteúdos versaram sobre certos aspectos de desenvolvimento dos programas (históricos e inovadores), acentuando-se aí a pesquisa das metodologias/didácticas mais apropriadas à leccionação dos mesmos. Neste sentido, insistiu-se na vocação pedagógica da filosofia. Preparar uma aula de filosofia – planear e programar – é uma questão inerente à constituição mesma da actividade reflexiva. Ensina-se filosofia, filosofando; aprende-se filosofia, igualmente filosofando. Eis por que importa recordar sempre o que significa ser professor, especialmente de filosofia, dada a especificidade própria e inconfundível desta disciplina, consoante as diferentes faixas etárias (crianças, adolescentes, adultos). Certamente que não existe um modelo exclusivo de ser professor: só quando o aprendiz de filósofo protagoniza a sua própria existência, apreende a articulação constitutiva entre ensinar e filosofar, ao ensinar a filosofar. Justifica-se também por isso uma apropriação pessoal dos actuais programas do ensino secundário.





António Rocha Martins (formador do CCPFC- Doutorado em Filosofia pela UL)